quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Patacoada Marinha


Seres antropomórficos. Quando me pediram para escrever esta parte do diário de bordo da viagem ao litoral, mais especificamente da nossa estada em São Chico, estas duas palavras me vieram à mente. Talvez porque essa tenha sido uma constante no tempo em que estivemos pelo município cercado por praias (também conhecido como ilha).
A estada na casa da artista plástica Vera Valença me fez pensar sobre várias coisas, das quais não me recordo de nenhuma agora, mas enfim… Lições importantes foram tomadas como: quando entrar no mar para cuidar da afilhada, deixe os óculos que estavam pendurados na camisa, dentro de uma sacola distante do mar, caso contrário ele se tornará oferenda para Iemanjá. Mas tem que ter alguém para cuidar, caso contrário ele vai sumir do mesmo jeito.
Mais uma coisa: argentinos dão péssimas gorjetas aos artistas de rua (ao menos os que contribuíram conosco). Existem duas possibilidades para isso, a primeira é porque são pão duros mesmo e a segunda que o trabalho não agradou tanto, o que pode ser que seja bem provável, afinal de contas, ninguém pede para vir tirar foto com artistas dos quais gostaram do trabalho. O importante de quando um argentino pedir uma foto é estender o chapéu e disparar: “Cinco pesos”. Eles vão recuar, mas você diz que estava brincando apenas. Depois que fizerem a foto, estenda o chapéu e diga “agora são dez pesos, mas deixo por cinco”.
Dentre as lições dessa passagem por São Francisco, ficam outras não menos importantes como: o Fábio consegue correr à mesma velocidade que um carro de passeio pela Beira-mar de Enseada. Quando um bêbado mexer com você, tenha certeza de que ele vai querer te ferrar, portanto ferre com ele antes ou entre na brincadeira, talvez você consiga cervejas de graça. Se for passear nas dunas, passe o protetor inclusive nas partes onde o sol não bate e, quando usar maquiagem, passe o protetor antes, pois depois ele não protege tão bem assim. Se procurar um local com internet, peça uma água e fique o tempo que quiser. Nos dias seguintes fique em local onde o dono do restaurante não te veja, sem pedir nada, usando o note e a net deles de boa. Não queira ir para a Praia Grande, cortando caminho pela Praia do Ervino, a suspensão do carro agradece. Em caso de apresentação na chegada de passageiros de um barco turístico, sabote os trenzinhos próximos para não conseguirem sequer ligar o motor e tenha certeza que o povo bem-humorado ficará para acompanhar a peça até o fim. Bêbados, ao ver o carrinho da peça, podem pedir uma bebida, mas também podem fazer a mesma contribuição financeira duas vezes. Nunca, jamais, em tempo algum, brinque com o cavalo do policial militar em Enseada, pois ele pode dar coice. E, por fim, antes de jogar a bunda no sofá ao sentar, certifique-se que o mesmo não seja duro como pedra. Ah! Sobre a peça e as apresentações? Bom, comento outro dia…

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